domingo, 9 de junho de 2013

poema no. 361

companheira
não sou nada
nem posso ser nada
agora que o mundo se abre num abismo
e se mostra em dor

não somos próximos
não somos nada
mais que companheiros de luta
em busca de outro mundo
(um que não possua abismos
um que não se mostre em dor)

e por não sermos nada mais que companheiros
é que te digo
há aqui um companheiro
e em volta há tantas outras
tantos outros

a vida seguirá doendo
haverá ainda (talvez para sempre) um buraco do tamanho de um abismo doloroso

mas teus companheiros
e tuas companheiras
sempre haverão de estar ao teu lado
para sofrer de tua dor
se for preciso
e para seguirmos
adiante

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