domingo, 9 de junho de 2013

poema no. 360

sei que não farei um poema
não há talento
nem dedicação neste momento
para que seja escrito um poema

não há paciência para que se desconstrua a linguagem
para que eu me detenha sobre a forma
para que eu pense sobre questões de prosódia

ainda assim
escreverei com meu estômago
que queima
de tanto que como
na tentativa de me tornar feliz
substituindo-te
por gorduras e sal

escreverei sob a vertigem
e mais
sob a intensa certeza de saber-me tolo
fraco e tolo
imensamente fraco tolo e bobo

vertiginosamente
escreverei ao léu
não um poema
mas uma cuspida
após o pronunciamento de seu nome
lacrimal

Nenhum comentário:

Postar um comentário

LinkWithin

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...